AntroponínimaPessoas referidas em cantigasOrdem de Alcântara Descrição Ordem militar castelhano-leonesa, sediada em Alcántara, a oeste da província de Cáceres, na margem esquerda do rio Tejo e na fronteira com Portugal. A sua origem remonta a uma confraria de cavaleiros sediada no vale do Côa, perto de S. Julião do Pereiro, território sobre domínio leonês até ao final do século XIII, altura em que passa a integrar a região da Beira Alta portuguesa por meio do acordo de Alcanizes, em 1297. A primeira menção a estes cavaleiros de Pereiro data de um documento de Janeiro 1176, quando Fernando II de Leão reconhece e sanciona a existência da confraria, confirmando-lhe o território onde estava implantada desde cerca de 1170. Em 1183 a ordem revela já uma organização complexa, adoptando a regra cisterciense, e colocando-se assim sob a alçada da Ordem de Calatrava1. Foi esta relação que lhes garantiu a obtenção dos domínios calatravos no território leonês, entre os quais figurava Alcántara, conquistada definitivamente por Afonso IX de Leão, em 1213. Gradualmente a sua antiga designação vai sendo abandonada em função do estabelecimento da sede da ordem nesta fortaleza. Foi uma das ordens envolvidas na consolidação do avanço cristão para a Andaluzia durante o século XIII, a par das outras ordens militares presentes neste período na península. Em 1253, os seus mestres designam-se já mestres da Ordem de Alcántara, senhores de um território situado na Extremadura espanhola, estendendo-se ao norte e ao sul do rio Tejo ao longo da fronteira portuguesa, a oeste de Coria e a norte de Badajoz, onde se situavam as suas principais praças - Alcántara e Valência de Alcántara. A complementar estes domínios, a ordem possuia também um domínio a sul do Guadiana, situado a sul de Trujillo, incorporando Magacela, Benquerencia e Zalamea2. O poder da ordem e a sua situação na fronteira com o reino português tornou-a alvo de tentativas de controlo por parte dos monarcas castelhano-leoneses, que logram esta ingerência ao longo do século XIV. Até ao final de Trezentos, a ordem desempenhará um importante papel nos conflitos que se intensificam entre Portugal e Castela neste período. Referências 1 Josserand, Philippe (2009), "Alcantara, ordre de" in Philippe Josserand; Nicole Beriou (dirs.) - Prier et Combattre. Dictionnaire européen des ordres militaires au Moyen Âge, Paris, Fayard. |
Cantigas que referem esta pessoa Pois cata per u m'espeite, Estêvão da Guarda (Na rubrica) |