Antroponínima

Pessoas referidas em cantigas

Ordem do Hospital de S. João de Jerusalém



Descrição

Ordem religioso-militar fundada em Jerusalém após a primeira cruzada. A sua fundação remonta à instituição de um hospital para peregrinos em Jerusalém por volta de meados do século XI. Até meados do século XII, esta ordem dedicou-se essencialmente ao acolhimento e assistência a peregrinos, através da atividade que mantinha no seu hospital da cidade1. Em 1113, o papa Pascoal II reconhece a ordem do Hospital, dando-lhe dimensão internacional. Sofrendo um processo de militarização a partir de meados do século XII, os Hospitalários permanecerão na Terra Santa até à queda de Acre em 1291. A partir daí, os Hospitalários continuarão a sua missão de combate ao Islão na bacia do Mediterrâneo a partir da sua sede em Rodes e, mais tarde em Malta2. A Ordem tinha-se expandido entretanto pelo Ocidente medieval, acumulando património e legados na maioria dos reinos e principados cristãos da Europa feudal3. É neste contexto que a ordem se vem fixar na Península Ibérica, sendo que uma das suas primeiras casas terá sido o Mosteiro de Leça, por doação da condessa D. Teresa, em 11284. Dedicada, numa primeira fase, às funções assistenciais, o empenho na chamada "reconquista" cristã terá começado por volta do último quartel do século XII. Em Portugal, a ordem receberá doação de terras na Beira Baixa e Alto Alentejo, ficando responsável pela defesa da linha do Tejo. Mas em toda a Península a Ordem não deixou de se tornar num dos elementos mais importantes do xadrez político, devido ao seu poder económico e militar.


Referências

1 Riley-Smith, Jonathan (1967), The Knights of Saint John in Jerusalem and Cyprus, c. 1050-1310 , Londres, Macmillan.

2 Luttrell, Anthony (1978), The Hospitallers in Cyprus, Rhodes, Greece and the West, 1291-1440 , Londres, Variorum.

3 Sarnowsky, Jürgen (2009), "Hôpital, ordre de l'" in Philippe Josserand; Nicole Beriou (dirs.) - Prier et Combattre. Dictionnaire européen des ordres militaires au Moyen Âge, Paris, Fayard.

4 Oliveira, Luís Filipe (2006), "Ordem do Hospital" in Bernardo Vasconcelos e Sousa et. al. (org.), Ordens Religiosas em Portugal. Das Origens a Trento. Guia Histórico, Lisboa, Horizonte.

Cantigas que referem esta pessoa



Nom é Amor em cas d'e[l]-rei, Gil Peres Conde
   (Linha 20): ca já os hespitaleiros

Os d'Aragom, que soem donear, Caldeirom
   (Linha 15): nom parariam os do [E]spital
   (Linha 4): eno Espital, ora da escassidade,

- Pero Martiins, ora por caridade, Pero Martins, Vasco Gil
   (Linha 4): eno Espital, ora da escassidade,
   (Linha 28): fez [alguém] cavaleiro do Hespital.

- Rei D. Afonso, se Deus vos perdom, Vasco Gil, Afonso X
   (Linha 28): fez [alguém] cavaleiro do Hespital.

Ũa dona foi de pram, Gonçalo Anes do Vinhal
   (Linha 3): da órdim de Sam Joam,