Glossário

Ca


Significado: que

Cantigas em que ocorre o termo


   (Linha 8): fremosa, ca deste poder

A Deus grad'hoje, mia senhor, Vasco Praga de Sandim, Vasco Praga de Sandim
   (Linha 23): ca log'a rogar haverei

À lealdade da Bezerra, que pela Beira muit'anda,, Airas Peres Vuitorom
   (Linha 6): por en diz ca nom é torto de vender hom'o castelo.

A mia senhor, que por mal destes meus, Paio Gomes Charinho
   (Linha 5): disse-m'hoje ca me queria bem,

A Sam Servand', u ora vam todas orar, João Servando
   (Linha 6): Pois mi dizem do meu amigo ca i vem,

A Santiag'em romaria vem, Airas Nunes
   (Linha 5): ca ve[e]rei el-rei, que nunca vi,

Achei Sanch' [E]anes encavalgada, Afonso X
   (Linha 3): ca nunca vi dona peior talhada,

Agora me foi mia madre melhor, João Soares Coelho
   (Linha 2): ca me nunca foi des quando naci

Ai amiga, per bõa fé, Mem Vasques de Folhente
   (Linha 19): ca lhi quer[o], e Deus poder

Ai eu coitad'! e por que vi, Pero Garcia Burgalês
   (Linha 14): nom sabe ca lhe quero bem,

Ai madr,'o que eu quero bem, João Soares Coelho
   (Linha 10): ca morre porque me nom viu;

- Ai madre, que mui[t'eu err]ei, Rui Fernandes de Santiago
   (Linha 5): ca nom hei nẽum poder

Ai meu amigo, pero vós andades, Pero Garcia de Ambroa
   (Linha 4): entendem elas ca vos pe[r]jurades

Ai mia filha, por Deus, guisade vós, João Airas de Santiago
   (Linha 5): ca, se vos vir, sei eu ca morrerá

Ai mia senhor! quer'eu provar, Afonso Pais de Braga
   (Linha 11): - e ca vos hei pois a rogar,

Ai mia senhor! se eu nom merecesse, Martim Soares
   (Linha 4): ca nom que m'em vosso poder metesse;

Algũa vez dix'eu em meu cantar, Martim Moxa
   (Linha 14): mais eu bem sei ca lhe faç'i pesar.

Álvar Rodríguez, monteiro maior, Pedro, conde de Barcelos
   (Linha 5): ca diz que se quer ir; e, per u for,

Amig', e nom vos nembrades, Fernão Fernandes Cogominho
   (Linha 5): ca sodes mal conselhado

Amiga, muit'amigos som, Pedro Amigo de Sevilha
   (Linha 8): amiga, ca vos quer gram bem

Amiga, quero-m'ora cousecer, Lourenço
   (Linha 8): ca mi nom praz, assi Deus mi perdom,

Amigas, sejo cuidando, Martim Padrozelos
   (Linha 10): ca viv'hoj'eu tam coitada

- Amigo, pois mi dizedes, Mem Rodrigues Tenoiro
   (Linha 2): ca mi queredes mui gram bem,

Amigo, vós ides dizer, Vasco Peres Pardal
   (Linha 6): de dizerdes ca sodes meu.

Ando coitado por veer, João Lopes de Ulhoa
   (Linha 20): ca nom m'enviou rem dizer,

Ao lançar do pao, Lopo Lias
   (Linha 5): ca 'ssi diss'a bela:

As graves coitas, a quen'as Deus dar, João Soares Coelho
   (Linha 9): a quem esto desse, ca lhe daria

Assanhei-m'eu muit'a meu amigo, Fernão Rodrigues de Calheiros
   (Linha 3): porque entendo ca mi quer bem

Assanhou-se, madr[e], o que mi quer gram bem, Lopo
   (Linha 3): e se soubess'eu, madre, ca mi sanhud'ia,

Assaz entendedes vós, mia senhor, Fernão Rodrigues de Calheiros
   (Linha 2): ca vos am'eu mais ca nulha rem;

Atanto querria saber, Martim Moxa
   (Linha 31): pero sei ca mui graves som.

Bem sabia eu, mia senhor, Afonso X
   (Linha 28): ante bem sei ca morrerei,

Cavaleiro, com vossos cantares, Martim Soares
   (Linha 7): ca nom eles, que som trobadores.

Coitada sejo no meu coraçom, Vasco Peres Pardal
   (Linha 2): por[que] meu amigo diz ca se quer

Come asno no mercado, João de Gaia
   (Linha 11): ca nom há mais de seis meses;

Cuidades vós, meu amigo, ca vos nom quer'eu mui gram bem, Vasco Praga de Sandim
   (Linha 1): Cuidades vós, meu amigo, ca vos nom quer'eu mui gram bem,

Cuidades vós, meu amigo, ũa rem:, João Peres de Aboim
   (Linha 7): E, se cuidades ca nom hei poder,

Cuidades vós, mia senhor, que mui mal , Rui Queimado
   (Linha 4): que vos ora direi, ca nom por al:

Cuidei eu de meu coraçom, Osoiro Anes
   (Linha 7): e cuido ca me quer matar.

De mia senhor entend'eu ũa rem:, Rui Pais de Ribela
   (Linha 2): ca me quer mal, assi Deus mi perdom!;

De mort'é o mal que me vem, Fernão Gonçalves de Seabra
   (Linha 20): d'amor sei eu ca me nom fal.

De quantos mui coitados som, Pero Garcia Burgalês
   (Linha 23): bem per sei eu ca nom há i
   (Linha 5): ca nom há Deus sobre vós tal poder

Des hojemais já sempr'eu rogarei, Fernão Garcia Esgaravunha, Fernão Garcia Esgaravunha
   (Linha 14): ca me podia Deus vosso bem dar,

Deu'lo sab'hoje, mia senhor, Vasco Praga de Sandim
   (Linha 3): de pram) ca vos quer'eu melhor

Deus! e que cuidei a fazer, Martim Padrozelos
   (Linha 18): ca sei ca nom posso viver

Direi verdade, se Deus mi perdom, Pero Gomes Barroso
   (Linha 7): Se m'el quer bem, como diz ca mi quer,

Disserom-mi ca se queria ir, João Servando
   (Linha 1): Disserom-mi ca se queria ir

Disserom-mi ũas novas de que m'é mui gram bem, Afonso Lopes de Baião
   (Linha 2): ca chegou meu amigo, e, se el ali vem,

Disserom-vos, fremosa mia senhor, Rui Martins de Ulveira
   (Linha 5): ca me nom mat'a mim o voss'amor,

Dizem do meu amigo ca mi fez pesar, Galisteu Fernandes
   (Linha 1): Dizem do meu amigo ca mi fez pesar,

Dizem pela terra, senhor, ca vos amei, Airas Pais
   (Linha 1): Dizem pela terra, senhor, ca vos amei

Dizem, amigo, que outra senhor, João Airas de Santiago
   (Linha 14): mui bem sei [eu] ca vos conselhou mal

Dizem-mi, amiga, se nom fezer bem, Estêvão Travanca
   (Linha 6): nom lhe fazer bem ca de lho fazer.

Dom Bernaldo, pois tragedes, Pero da Ponte
   (Linha 17): ca molher vosco teedes

Dom Estêvam diz que desamor, Airas Peres Vuitorom
   (Linha 2): há com el-rei, e sei eu ca ment'i:

Dom Estêvam, oí por vós dizer, Pedro Amigo de Sevilha
   (Linha 9): nom veedes ca fezestes mal sem?

Donas, veredes a prol que lhi tem, Paio Soares de Taveirós
   (Linha 2): de lhi saberem ca mi quer gram bem!

Em gram coita vivo, senhor, Nuno Rodrigues de Candarei
   (Linha 18): ca tod'é em vosso poder.

En'a primeira rua que cheguemos, Martim Anes Marinho
   (Linha 9): ca nom destas maas feitas de luito,

Enmentar quer'eu do brial, Lopo Lias
   (Linha 10): ca fremosa dona matou

Esta senhor, que ora filhei, Rui Fernandes de Santiago
   (Linha 15): ca lhi fazer nẽum pesar;

Estes que ora dizem, mia senhor, João Vasques de Talaveira
   (Linha 2): que sabem ca vos quer'eu mui gram bem,

Eu me cuidava, quando nom podia, Pero Garcia Burgalês
   (Linha 3): veer, ca se a viss'eu, [l]hi diria

Fals'amigo, per bõa fé, Afonso Mendes de Besteiros
   (Linha 6): capa doutra, ca nom de mim.

Foi-s'o meu amigo daqui noutro dia, João Soares Coelho
   (Linha 2): coitad'e sanhud'e nom soub'eu ca s'ia;

Fremosas, a Deus grado, tam bom dia comigo, Bernal de Bonaval
   (Linha 2): ca novas mi disserom ca vem o meu amigo;

Fui eu a Sam Servando por veer meu amigo, João Servando
   (Linha 5): ca verria a Sam Servando e, pois eu non'o vejo,

Fui eu poer a mão noutro di-, Afonso X
   (Linha 5): ca nom é est'a de Nostro Senhor

Fui hoj'eu, madre, veer meu amigo, Juião Bolseiro
   (Linha 3): porque sei eu ca mi quer mui gram bem;

Hoje quer'eu meu amigo veer, João Soares Coelho
   (Linha 16): Ca diz o vervo ca nom semeou

Home que gram bem quer molher, Vasco Praga de Sandim
   (Linha 12): ca inda o há de perder;

Já eu nom hei oimais por que temer, Pero Garcia Burgalês
   (Linha 3): ca me nom pode nunca mal fazer

Já eu nom hei por quem trobar, Gil Peres Conde
   (Linha 25): Destroia-m', ante ca morra.

Já foi sazom que eu cuidei, João Soares Somesso
   (Linha 6): ca já m'em maior coita tem

Já, mia senhor, nem um prazer, Martim Soares
   (Linha 31): ca, a meu cuidar,

Joam Fernándiz, um mour'est aqui, Martim Soares
   (Linha 20): ca vo-lo iram sô o manto cortar,
   (Linha 24): ca, pelo vinh'e per foder,

- Joam Soárez, comecei, João Soares Coelho, João Peres de Aboim
   (Linha 24): ca, pelo vinh'e per foder,
   (Linha 5): ca o trobar acordou-s'em atal:

- Joam Vaásquez, moiro por saber, João Vasques de Talaveira, Lourenço
   (Linha 5): ca o trobar acordou-s'em atal:

Lourenço nom mi quer creer, Pedro Amigo de Sevilha
   (Linha 20): por todos diz el ca nom

Luzia Sánchez, jazedes em gram falha, João Soares Coelho
   (Linha 22): ca o som com foder e é com maloutia.

Madre, pois vós desamor havedes, Airas Carpancho
   (Linha 3): ca mi quer bem, vee-lo-ei;

Mais de mil vezes cuid'eu eno dia, Pero Garcia Burgalês
   (Linha 3): ca lhe direi, se a vir todavia,

Mal me tragedes, ai filha, por que quer'haver amigo, Juião Bolseiro
   (Linha 7): Sabedes ca, sem amigo, nunca foi molher viçosa,

Mandad'hei comigo, Martim Codax
   (Linha 2): ca vem meu amigo,

Mandad'hei migo qual eu desejei, Martim de Caldas
   (Linha 13): E por en sei ca mi quer bem fazer

Maria Negra vi eu, em outro dia, Pero Garcia Burgalês
   (Linha 20): - Dizede-lhis ca chus negro é ca pez

Mentre nom soube por mim mia senhor, Pero Garcia Burgalês
   (Linha 2): amigos, ca lhe queria gram bem,

Meu amigo sei ca se foi daqui, Galisteu Fernandes
   (Linha 1): Meu amigo sei ca se foi daqui

Meu Senhor Deus, pois me tam muit'amar, Pedro Amigo de Sevilha
   (Linha 4): ca vos nom quer'eu mais desto rogar:

Meu Senhor Deus, venho-vos eu rogar, Fernão Garcia Esgaravunha
   (Linha 13): E bem sei eu, de pram, ca se fezer

Mia filha, nom hei eu prazer, Paio Gomes Charinho
   (Linha 7): filha, ca perderedes i,

Mia madre, pois se foi daqui, Pero da Ponte
   (Linha 13): Pois sab'el ca lhi quer'eu bem

Moir'eu aqui d'adessoriam, Pero Gomes Barroso
   (Linha 2): e dizem ca moiro d'amor;

Moir'eu por vós, mia senhor, e bem sei, Fernão Gonçalves de Seabra
   (Linha 15): e mais vivi ca cuida[v'a] viver.

Morr'o meu amigo d'amor, João Garcia de Guilhade
   (Linha 4): ca verrá morrer u eu for,

Mort'é Dom Martim Marcos, ai Deus! Se é verdade, Pero da Ponte
   (Linha 2): sei ca, se el é morto, morta é torpidade,

Mui desguisado tenho d'haver bem!, João Baveca
   (Linha 4): ca vos direi, amigos, que mi avém:

Muitos a que Deus quis dar mui bom sem, Pero Guterres
   (Linha 6): ca tôdolos deste mundo eu venci

Muitos dizem que gram coita d'amor, João Baveca
   (Linha 20): en maior coita ca mi por vós vem.

Muitos me preguntam, per bõa fé, Fernão Gonçalves de Seabra
   (Linha 5): ca nom saberám quem é mia senhor,

Muitos me vêm preguntar, Martim Soares
   (Linha 10): - ca m'atrev'eu em vos amar?

Muitos têm hoje por meu trobar, Vasco Praga de Sandim
   (Linha 2): ca mi o nom faz nulha dona fazer;

Nom há home que m'entenda, Fernão Rodrigues de Calheiros
   (Linha 5): ca nom ous'eu dizer nada

Nostro Senhor! que nom fui guardado, João Lopes de Ulhoa
   (Linha 16): porque sabem ca lhe quero gram bem,

Nostro Senhor! quem m'hoj'a mim guisasse, Fernão Gonçalves de Seabra
   (Linha 7): ca outra coita que hoj'hom'achasse!

Noutro dia, quando m'eu espedi, João Soares Coelho
   (Linha 15): ca, pois ali nom morri com pesar,

Nulh'home nom pode saber, Fernão Padrom
   (Linha 22): E bem sei ca nom dormirám,

Nunca Deus quis nulha cousa gram bem, Pero Garcia Burgalês
   (Linha 13): ca foi coitado nom quero creer,

Nunca fiz cousa de que me tam bem, Rui Queimado
   (Linha 23): de que sei ca nunca me mal verrá;

Nunca tam gram coita sofri, Airas Engeitado
   (Linha 6): sei bem ca lhi pesou de mi,

O grand'amor que eu cuidei prender, Fernão Rodrigues de Calheiros
   (Linha 9): e vej'ora ca por meu mal me viu,

O meu amigo há de mal assaz, D. Dinis
   (Linha 20): ant'el quer[r]ia viver ca morrer.

O meu amigo que é com el-rei, Pero Gomes Barroso
   (Linha 3): ca nunca bem no mundo pod'haver,

O meu amigo, que me quer gram bem, Gonçalo Anes do Vinhal
   (Linha 11): nem haverá, ca já se lho partiu,

O meu amigo, que mi dizia, Paio Soares de Taveirós
   (Linha 10): Melhor o fezo ca o nom disse:

Ora entend'eu quanto me dizia, Afonso Pais de Braga
   (Linha 3): ca inda lh'eu muito graceria

Ora mi o tenham a mal sem, Rui Fernandes de Santiago
   (Linha 2): ca nom leixarei a trobar,

Ora vej'eu que fiz mui gram folia, Pero Garcia Burgalês
   (Linha 3): porque dixe ca queria gram bem

Ora, senhor, tenho muit'aguisado, Estêvão da Guarda
   (Linha 15): ca de viver eu em coita tam forte

Os meus olhos, que mia senhor, Fernão Padrom
   (Linha 7): Sei ca nom poderám dormir,

Os que mui gram pesar virom, assi, Rui Pais de Ribela
   (Linha 3): porque sei eu ca morrerom por en,

Ouç'eu muitos d'Amor que[i]xar, Estêvão da Guarda
   (Linha 20): poss'haver ca seu desamor?

Par Deus, coraçom, mal me matades, Airas Nunes
   (Linha 5): al cuida, ca nom no vosso cuidar.

Par Deus, senhor, já eu bem sei , Vasco Praga de Sandim
   (Linha 2): ca, entanto com'eu viver,

Par Deus, senhor, quero-m'eu ir, Pero Mendes da Fonseca
   (Linha 5): ca me quero de vós partir,

Par Deus, senhor, sei eu mui bem, Vasco Praga de Sandim
   (Linha 2): ca vos faço mui gram pesar

Per bõa fé, fremosa mia senhor, Vasco Praga de Sandim
   (Linha 2): sei eu ca mais fremoso parecer

Per bõa fé, meu coraçom, Vasco Praga de Sandim
   (Linha 27): ca nom devia eu fazer

Per bõa fé, mui fremosa sanhuda, João Soares Coelho
   (Linha 8): pero bem sabe Deus ca nom ousei,
   (Linha 17): ca todos três eram senhores i

- Pero Martiins, ora por caridade, Pero Martins, Vasco Gil
   (Linha 17): ca todos três eram senhores i

Pero Rodriguiz, da vossa molher, Martim Soares
   (Linha 12): ca vos queria melhor doutra rem;

Pero vos ides, amigo, João Peres de Aboim
   (Linha 14): ca nom diredes com razom

Pesa-mi, amiga, por vos nom mentir, João Baveca
   (Linha 21): nos guarde de mal, se vir ca bem é.

Pois Deus nom quer que eu rem possa haver, Fernão Velho
   (Linha 6): de mi, senhor: ca ensandecerei.

Pois eu d'atal ventura, mia senhor, Rui Gomes, o Freire
   (Linha 37): ca de viver, pois i a vós fezer

Pois me tanto mal fazedes, Pero da Ponte
   (Linha 3): sei ca mia mort'oiredes

Pois mi dizedes, amigo, ca mi queredes vós melhor, Bernal de Bonaval
   (Linha 1): Pois mi dizedes, amigo, ca mi queredes vós melhor

Pois mia senhor de mi nom quer pensar, Afonso Pais de Braga
   (Linha 10): que veja ela ca poss'eu achar

Pois que eu ora morto for, Rui Queimado
   (Linha 2): sei bem ca dirá mia senhor:

Por Deus, amiga, pês-vos do gram mal, D. Dinis
   (Linha 17): e ca vós soubestes todo com'é,

Por Deus, amiga, que preguntedes, Estêvão Travanca
   (Linha 14): ca sei eu mui bem ca vo-lo dirá

Por Deus, que vos fez, mia senhor, Vasco Praga de Sandim
   (Linha 23): ca me nom fazedes levar

Por vee'lo namorado, que muit'há que eu nom vi, Airas Pais
   (Linha 4): Porque sei ca mi quer bem e porque vem i mui [coi]tado,

Preguntam-me por que ando sandeu, Nuno Fernandes Torneol
   (Linha 6): direi-lhes ca ensandeci

Quam muit'eu am'ũa molher, Fernão Garcia Esgaravunha
   (Linha 6): ca se doeria de mi

Quand'eu estou sem mia senhor, João Soares Somesso
   (Linha 11): ca a nom vejo com pavor

Quand'eu fui um dia vosco falar, João Airas de Santiago
   (Linha 5): logo vós dizede[s] ca fezestes

Quand'eu um dia fui em Compostela, Pedro Amigo de Sevilha
   (Linha 20): se me dizesse ca "per vós perdi

Quand'eu, mia senhor, convosco falei, Pero Gomes Barroso
   (Linha 2): e vos dixe ca vos queria bem,

Quando se foi meu amigo daqui, João Vasques de Talaveira
   (Linha 7): Sei eu ca lhi pesou de coraçom

Quant'eu mais donas mui bem parecer, Rui Pais de Ribela
   (Linha 2): vej'u eu and'e entendo ca som

Quantos entendem, mia senhor, Martim Soares
   (Linha 27): se disser ca vos viu, bem sei

Que bõas novas que hoj'oirá, João Peres de Aboim
   (Linha 3): ca lhi quer'eu maior bem ca m'el quer;

Que grave cousa, senhor, d'endurar, Fernão Garcia Esgaravunha
   (Linha 7): algũa rem, ca vos dirá pesar.

Que leda que hoj'eu sejo, Gonçalo Anes do Vinhal
   (Linha 3): ca nom vem, com gram desejo,

Que muito mi de Fernam Diaz praz, Pero Garcia Burgalês
   (Linha 17): ca nom sabe parte nem mandado

Que razom cuidades vós, mia senhor, D. Dinis
   (Linha 17): ca sempre foi meu saber e meu sem
   (Linha 4): e saber bem ca, des que vos nom vir,

Que sem meu grado m'hoj'eu partirei, João Peres de Aboim ou Anónimo 2
   (Linha 4): e saber bem ca, des que vos nom vir,

Quem a sesta quiser dormir, Pero da Ponte
   (Linha 17): o infançom, ca nom mandou

Quem diz de Dom 'Stêvam que nom vê bem, João Soares Coelho
   (Linha 9): ca vêe mal, se migo falass'ante,

Quem hoje maior coita tem, Vasco Praga de Sandim
   (Linha 8): ca nom é outre se eu nom,

Quem me podia defender, Gil Peres Conde
   (Linha 28): ca se querrá migo matar;

Quiso-m'hoj'um cavaleiro dizer, Mem Rodrigues Tenoiro
   (Linha 2): amigas, ca me queria gram bem,

Sanhud'and[ad]es, amigo, João Garcia de Guilhade
   (Linha 5): ca nunca já esse [preito]

Se Deus me valha, mia senhor, Vasco Praga de Sandim
   (Linha 10): ca me seria mui melhor

Se Deus me valha, mia senhor, Pero Garcia Burgalês
   (Linha 24): ca nunca pesar prenderei,
   (Linha 6): ca nunca vira, nem vi, nem verei

Se eu soubesse, u eu primeiro vi, Pero Garcia Burgalês, Pero Garcia Burgalês
   (Linha 24): ca lhe direi, escaece-m'entom,

Se eu, amiga, quero fazer bem, Rodrigo Anes de Vasconcelos
   (Linha 23): ca o leixar, como morre, morrer.

Se vos prouguesse, mia senhor, Vasco Praga de Sandim
   (Linha 16): ca Deus vos fez tanto valer

Sei bem que quantos eno mund'amarom, Pedro Amigo de Sevilha
   (Linha 13): ca sabe já ca nom será vingado

Senhor Deus, que coita que hei, Fernão Rodrigues de Calheiros
   (Linha 21): ca bem mi faz Amor querer.

Senhor fremosa, des aquel dia, Pero de Armea
   (Linha 8): ca nom am'eu tant'al no coraçom

Senhor fremosa, grand'enveja hei, Vasco Praga de Sandim
   (Linha 13): mais faç'eu esto porque sei ca nom

Senhor fremosa, nom poss'eu osmar, D. Dinis
   (Linha 9): mui mais que os meus olhos, nem ca mi,

Senhor fremosa, oí eu dizer, Lourenço
   (Linha 8): e nom ousastes vós dizer ca nom;

Senhor fremosa, par Deus, gram razom, Vasco Praga de Sandim
   (Linha 6): Deu'lo sabe ca nunca desejei

Senhor fremosa, pois vos vi, Pero Garcia Burgalês
   (Linha 11): ca nom vos [vou] prazentear;

Senhor, des quand'em vós cuidei, Vasco Peres Pardal
   (Linha 16): em vós, ca perdi des entom,
   (Linha 19): ca por aquesto se partiu del Amor;

- Senhor, eu quer'ora de vós saber, Pero Garcia Burgalês, Anónimo
   (Linha 19): ca por aquesto se partiu del Amor;

Senhor, os que me querem, Paio Soares de Taveirós
   (Linha 5): dizem-vos ca vos quero bem,

Senhor, per vós sõo maravilhado, Pero Garcia Burgalês
   (Linha 7): ca vos nom quero bem pelo meu grado!

Senhor, pois Deus nom quer que mi queirades, Martim Soares
   (Linha 3): por Deus, creede ca vos quero bem

Senhor, que coitad'hoj'eu [e]no mundo vivo, Nuno Anes Cerzeo
   (Linha 13): ca nom vós, senhor, por que eu tant'afã levei.

Tod'home que Deus faz morar, Fernão Garcia Esgaravunha
   (Linha 3): quer, bem sei eu ca nunca tem

Ũa donzela jaz [preto d]aqui, Martim Soares
   (Linha 6): pois lo há preso, ca está mui bem,

Vai-s', amiga, meu amigo daqui, João Airas de Santiago
   (Linha 4): dizede-lhi ca lhi dig'eu assi:

Martim Vásquez, noutro dia, Pedro, conde de Barcelos
   (Na rubrica)

Ũa donzela jaz [preto d]aqui, Martim Soares
   (Na rubrica)