João Airas de Santiago


Dizem-mi a mi quantos amigos hei
que nunca perderei coita d'amor,
se m'eu nom alongar de mia senhor;
e digo-lhis eu como vos direi:
5       - Par Deus, sempr'eu alongado vevi
        dela e do seu bem, e nom vos perdi
  
 coita d'amor. Pero dizem que bem
farei eu mia fazenda de viver
longi dela, que mi nom quer valer;
 10mais de tal guisa lhis dig'eu por en:
       - Par Deus, sempr'eu alongado vevi
       dela e do seu bem, e nom vos perdi
  
coita d'amor. Pero dizem que nom
poss'eu viver se me nom alongar
15de tal senhor, que se nom quer nembrar
de mim; mais digo-lhis eu log'entom:
       - Par Deus, sempr'eu alongado vevi
       dela e do seu bem, e nom vos perdi
  
coita d'amor; nem alhur nem ali
 20nom lhi guarrei, ca muito lhi guari.



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Nota geral:

Contra os que o aconselham a viver longe da sua senhora de forma a curar-se das suas mágoas de amor não correspondido, o trovador alega que sempre viveu longe dela e nem por isso se curou. Se sobreviveu até agora, alega na finda, nunca se curará.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Ateúda atá finda
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 964, V 551

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 964

Cancioneiro da Vaticana - V 551


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas