Paio Gomes Charinho


Par Deus, senhor, de grado queria
se Deus quisesse, de vós ũa rem:
que nom desejass'eu o vosso bem
como desej'a noit'e o dia,
5por muit'afã que eu sofr'e sofri
por vós, senhor; e oimais des aqui
poss'entender que faç'i folia.
  
E pois nom quer a ventura mia
 que vos doades do mal que mi avém
10por vós, senhor, e maravilh'é-m'en
como nom moir'e morrer devia;
por en rog'a Deus que me valha i,
que sab'a coita que por vós sofr'i,
senom, mia morte mais me valria.



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Nota geral:

Dirigindo-se à sua senhora, o trovador diz-lhe que gostaria de não a desejar tanto como deseja, noite e dia, sofrendo mágoas sem fim - uma loucura, é o que ele faz. Não mostrando ela qualquer piedade, ele admira-se de não morrer - o que será preferível, se Deus não lhe valer.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras uníssonas
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Fontes manuscritas

B 818, V 402

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 818

Cancioneiro da Vaticana - V 402


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas