Paio Gomes Charinho


Senhor fremosa, tam de coraçom
vos faria, se podesse, prazer;
que Iesu Cristo nunca mi perdom,
nem de vós bem nunca me leix'haver:
5       se eu soubesse que vos praz[er]ia
       de mia morte, se log'eu nom querria
  
 morrer, senhor! Ca todo praz a mim
quant'a vós praz – ca ess'é o meu bem,
e que seja verdade que é 'ssi;
10mais mal mi venha de vós (que mi vem):
       se eu soubesse que vos praz[er]ia
       de mia morte, se log'eu nom querria
  
morrer, senhor! Ca se vos eu prazer
fezess', ai, lume destes olhos meus!,
15nunca mui mal poderia morrer;
e por esto nunca mi valha Deus,
       se eu soubesse que vos praz[er]ia
       da mia morte, se log'eu nom querria!



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Nota geral:

Dirigindo-se à sua senhora, o trovador diz-lhe que, desejando dar-lhe prazer em tudo o que lhe seja possível, se soubesse que a sua morte lhe agradaria, logo quereria morrer. Pois tudo o que lhe agrada a ela necessariamente lhe agrada a ele, essa morte não lhe seria penosa.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Ateúda sem finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 812, V 396

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 812

Cancioneiro da Vaticana - V 396


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas