Estêvão Travanca


Dizem-mi, amiga, se nom fezer bem
a meu amigo, que el prenderá
morte por mi, e pero que el há
por mim gram coita e me quer gram bem,
5       mais lhe valria, pera nom morrer,
       nom lhe fazer bem ca de lho fazer.
  
Mais, amiga, ũa cousa [bem] sei
de meu amigo: que el haverá
morte mui cedo, se meu bem nom há,
10e, per quant'hoj'eu de mia fazenda sei,
       mais lhe valria, pera nom morrer,
       nom lhe fazer bem ca de lho fazer.



 ----- Aumentar letra ----- Diminuir letra

Nota geral:

A cantiga assenta num paradoxo: a moça sabe que o seu amigo está em vias de morrer de amores por ela; mas, se lhe tivesse concedido os seus favores, ele decerto morreria igualmente (de felicidade), de modo que mais lhe vale não os ter.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 725, V 326

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 725

Cancioneiro da Vaticana - V 326


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

[Dizem mha amiga se non fazer bem] 

Versão de Tomás Borba