Fernão Fernandes Cogominho


Amig', e nom vos nembrades
de mi e torto fazedes;
mais nunca per mi creades
se mui cedo nom veedes
 5       ca sodes mal conselhado
       de mi sair de mandado.
  
Nom dades agora nada
por mi e, pois vos partirdes
daqui, mais mui bem vingada
10serei de vós quando virdes
       ca sodes mal conselhado
       de mi sair de mandado.
  
Nom queredes viver migo
e morro [eu] com soidade,
15mais ve[e]redes, amigo,
pois que vos dig'en verdade:
       ca sodes mal conselhado
       de mi sair de mandado.



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Nota geral:

Dirigindo-se ao seu amigo, e queixando-se de que ele a esquece e a ofende, a donzela jura que ele se irá arrepender de ser tão insensato ao ponto de não acatar a sua vontade. A ofensa, como percebemos a partir da 2ª estrofe, é ele ir-se embora, deixando-a morta de saudades.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 702, V 303

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 702

Cancioneiro da Vaticana - V 303


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas