João Garcia de Guilhade


Gram sazom há que eu morrera já
por mia senhor, desejando seu bem;
mais ar direi-vos o que me detém
que nom per moir', e direi-vo-lo já:
5       falam-me dela, e ar vou-a veer,
        [e] já quant'esto me faz já viver.
  
E esta coita 'm que eu viv'assi,
 nunca en parte soube mia senhor;
e vou vivend'a gram pesar d'amor,
10e direi já por quanto viv'assi:
       falam-me dela, e ar vou-a veer,
       [e] já quanto esto me faz já viver.
  
Nom viv'eu já se per aquesto nom:
ouç'eu as gentes no seu bem falar,
15e vem amor logo por me matar,
e nom guaresco, se per esto nom:
       falam-me dela, e ar vou-a veer,
       [e] já quant'esto me faz já viver.
  
E viverei, mentre puder viver;
 20ca pois por ela m'e[u] hei a morrer.



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Nota geral:

Se há muito o desejo e a mágoa o deveriam ter matado, o trovador explica o que retarda a sua morte: o gosto de ouvir os outros falar bem da sua senhora e a possibilidade de a ir ver.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Dobre: (vv.1 e 4 de cada estrofe)
(I), viv'assi (II), se per aquesto/esto nom (III)
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 235

Cancioneiro da Ajuda - A 235


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas