João Garcia de Guilhade


Amigos, quero-vos dizer
a mui gram coita 'm que me tem
ũa dona que quero bem,
e que me faz ensandecer;
5e, catando pola veer,
       assi and'eu, assi and'eu,
       assi and'eu, assi and'eu,
       assi and'eu, assi and'eu.
  
E já m'eu conselho nom sei,
10ca já o meu adubad'é,
e sei mui bem, per bõa fé,
que já sempr'assi andarei:
catando se a veerei,
       assi and'eu, assi and'eu,
15       assi and'eu, assi and'eu,
       assi and'eu, assi and'eu.
  
E já eu nom posso chorar,
ca já chorand'ensandeci,
e faz-mi amor andar assi
20como me veedes andar:
catando per cada logar,
       assi and'eu, assi and'eu,
       assi and'eu, assi and'eu,
       assi and'eu, assi and'eu.
  
25E já o nom posso negar:
alguém me faz assi andar.



 ----- Aumentar letra ----- Diminuir letra

Nota geral:

Tudo o que o trovador deseja é ver a sua senhora. E assim anda, desesperado, nesta loucura sem solução.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 233, B 423, V 35

Cancioneiro da Ajuda - A 233

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 423

Cancioneiro da Vaticana - V 35


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas