Fernão Rodrigues de Calheiros


Par Deus, senhor, ora tenh'eu guisado
de viver mal, quant'houver a viver,
 ca nom quer Deus, nem vós, nem meu pecado
que [me] queirades per rem entender
5       com'eu estou mui preto de morrer,
        e mui longi d'oir vosso mandado!
  
Pero sempre vos eu servi de grado,
o melhor que [o] eu soubi fazer
 e de tod'o al do mundo foi leixado.
10E vós nom queredes mentes meter
       com'eu estou mui preto de morrer
       e mui longi d'oir vosso mandado!
  
Já foi sazom que eu foi acordado,
se vos visse, por vos já-quê dizer.
15E ora, mia senhor, nom é pensado,
pois que nunca o quisestes saber
       com'eu estou mui preto de morrer,
       e mui longi d'oir vosso mandado!



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Nota geral:

Dirigindo-se à sua senhora, o trovador queixa-se de ela não compreender como ele está à beira da morte e sem notícias dela. Isto apesar de a servir com lealdade total. E se houve um tempo em que tinha a intenção de revelar-lhe um pouco o seu estado, agora vê que será inútil.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras uníssonas
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 59

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 59


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas