João Soares Coelho


Por Deus, senhor, que vos tanto bem fez
que vos fezo parecer e falar
melhor, senhor, e melhor semelhar
das outras donas e de melhor prez:
5       havede vós hoje doo de mim!
  
E porque som mui bem quitos os meus
olhos de nunca veerem prazer,
u vos, senhor, nom poderem veer,
ai mia senhor! por tod'est'e por Deus:
10       havede vós hoje doo de mim!
  
E porque nom há no mund'outra rem
que esta coita houvess'a sofrer,
que eu sofro, que podesse viver,
e porque sodes meu mal e meu bem:
15       havede vós hoje doo de mim!



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Nota geral:

O trovador faz um apelo à sua senhora para que tenha dó dele: na 1ª estrofe, incluindo o seu elogio; na 2ª, garantindo-lhe que, sem a ver, nunca os seus olhos verão qualquer prazer; e na 3ª, falando-lhe da sua dor, e dizendo-lhe que ela é o seu bem e o seu mal.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

A 179, B 330

Cancioneiro da Ajuda - A 179

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 330


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas