Fernão Soares de Quinhones


        Rei Judeorum, Jesu Nazareno
        em que gram coit'andamos polo leno!
  
Já mais nunca quedamos, andando vias,
por empar'a comendas e benfeitorias;
5pero se nos convidam algũus dias,
nom nos dam senom leit'e pam de centeno.
       Rei Judeorum, Jesu Nazareno,
       em que gram coit'andamos polo leno!
  
Nunca veemos donas nen'[as] catamos
10e imos ant'alcaides e vozeiamos
por compoer requezas, e nom pensamos
quam pouco sa requeza logr'o caneno.
       Rei Judeorum, Jesu Nazareno,
       em que gram coit'andamos polo leno!



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Nota geral:

Em tom de sirventês moral, Fernão Soares de Quinhones condena aqui os que procuram sofregamente honras e riquezas, esquecendo-se de desfrutar a vida e o amor. A cantiga, formalmente muito original, apresenta, no entanto, grandes problemas de leitura, como referido nas notas. De qualquer forma, a voz que se ouve é a de um coletivo (transposto num nós, o que é caso único nos Cancioneiros), o que leva a pensar que a composição talvez pudesse ser uma cantiga de seguir, que utilizasse a música de uma qualquer cantiga de peregrinos, como forma de denúncia destes "romeiros" mundanos.



Nota geral


Descrição

Sirventês moral
Refrão, refrão inicial
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1557

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1557


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas