Fernão Soares de Quinhones Nacionalidade: Leonesa Notas biográficas: Trovador de origem leonesa (certamente de Quiñones del Rio, perto de Astorga), ativo a partir de meados do século XIII. Vicenç Beltran deu a conhecer recentemente novos documentos (um deles com a assinatura do próprio trovador) que esclarecem melhor a sua biografia, até há pouco tempo algo obscura1. O mais antigo desses documentos, datado de 1259 e conservado na catedral de Leão, é o de um acordo, sancionado pelo próprio Afonso X, entre Fernão Soares e um Paio Peres, relativo à partilha dos bens de uma herança relativamente avultada, bens esses entre os quais se encontravam umas casas em Leão, que couberam a Fernão Soares, que as vende, no ano seguinte a mestre João, deão da igreja da cidade. Neste segundo documento, o trovador compromete-se a que sua mulher, Maria Guihelmes, e seu irmão, Pero Soares, ratifiquem a venda. Por um outro documento, já antes dado a conhecer por Carlos Alvar2, encontramos Fernão Soares de Quinhones, em 1271, agora a empenhar notarialmente alguns dos seus bens como garantia do pagamento de uma dívida ao meirinho-mor de Leão, D. Gonçalo Moran. Para além da algo agitada vida financeira do trovador, que se depreende destes documentos, o primeiro deles comprova-nos também a sua ligação a Afonso X, ou, pelo menos, a sua efetiva passagem pela corte afonsina. Na verdade, é possível que já bem antes destas datas Fernão Soares tenha participado na conquista de Sevilha (1248), uma vez que o seu irmão, Pero Soares de Quiñones, é um dos beneficiados no repartimento da cidade. Não comparecendo o nome exato do trovador nem nesse nem em nenhum dos repartimentos conhecidos, é possível, como sugere Carlos Alvar, que o possamos identificar com um dos Fernão Soares aí presentes (eventualmente com o mesnadeiro de Fernando III com esse nome). Seja como for, como o seu irmão Pero Soares está novamente documentado, entre 1284 e 1289, na chancelaria de D. Sancho IV de Castela, é plausível que o trovador tenha vivido pela mesma época, e tenha assim frequentado ainda a corte castelhana do herdeiro de Afonso X. Referências 1 Beltran, Vicenç (2005), La corte de Babel. Lenguas, poética y política en la España del siglo XIII, Madrid, Bredos, pp. 212-223. |
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