Pero de Armea


Amiga, grand'engan'houv'a prender
do que mi fez creer mui gram sazom
que mi queria bem de coraçom,
 tam grande que nom podia guarir;
5       e tod'aquest'era por encobrir
       outra que queria gram bem entom.
  
E dizia que perdia o sem
por mi, demais chamava-me senhor
e dizia que morria d'amor
10por mi, e que nom podia guarir;
       e tod'aquest'era por encobrir
       outra que queria gram bem entom.
  
E, quand'el migo queria falar,
chorava muito e jurava log'i
15que nom sabia conselho de si
por mi, e que nom podia guarir;
       e tod'aquest'era por encobrir
       outra que queria gram bem entom.



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Nota geral:

A moça queixa-se a uma amiga que o seu amigo sempre a enganou: se dizia que morria por ela, se chorava e fazia juras de amor, era apenas para encobrir uma outra, de quem realmente gostava.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
Palavra(s)-rima: (v. 4 de cada estrofe)
que nom podia guarir
Palavra perduda: v. 1 de cada estrofe
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1205, V 810

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1205

Cancioneiro da Vaticana - V 810


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas