Osoiro Anes


Eu, que nova senhor filhei,
mal me soube d'afã guardar.
Pois ela nunca soub'amar,
[d']atal senhor que vos direi?
5Mais pero direi-lh'ũa vez:
       que faça o que nunca fez!
  
Quem homem sabe bem querer
já mais servid'en se[e]rá;
 ca bõa dona vi eu já,
10por amar, mil tanto valer.
Por en lhi direi ũa vez:
       que faça o que nunca fez!



 ----- Aumentar letra ----- Diminuir letra

Nota geral:

Se o trovador arranjou uma nova senhora, os seus cuidados continuam, pois, diz-nos, ela não sabe amar. De modo que só lhe resta pedir-lhe para agir, desta vez, de forma diferente do habitual. Em apoio ao seu pedido, acrescenta que quem sabe amar será sempre melhor servido, e garante-lhe que uma boa dona pode valorizar-se através do amor.
O tópico da mudança de senhora, raro entre os trovadores galego-portugueses, constituiu um sub-género da cantiga de amor provençal e francesa, a designada chanson de change, e será esse o modelo que Osoiro Anes seguirá aqui.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 39

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 39


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas