Pero de Armea


A maior coita que Deus quis fazer,
senhor fremosa, a mim a guisou
aquel dia que me de vós quitou;
mais Deus, senhor, nom mi faça lezer,
5       se eu já mui gram coita tenh'em rem,
       pois que vos vejo, meu lum'e meu bem.
  
Da coita que hôuvi no coraçom
o dia, senhor, que m'eu fui daqui,
maravilho-m'eu como nom morri
10com gram coita; mais Deus nom mi perdom,
       se eu já mui gram coita tenh'em rem,
       pois que vos vejo, meu lum'e meu bem.
  
Houv'en tal coita qual vos eu direi:
o dia que m'eu fui de vós partir
15que, se cuidei desse dia sair,
Deus mi tolha este corp'e quant'hei,
       se eu já mui gram coita tenh'em rem,
       pois que vos vejo, meu lum'e meu bem.



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Nota geral:

Dirigindo-se à sua senhora, o poeta diz-lhe que o enorme sofrimento por que passou quando foi obrigada a afastar-se dela, e do qual pensou não sobreviver, nada é já, agora que a vê.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

B 1081, V 673

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1081

Cancioneiro da Vaticana - V 673


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas