Martim Peres Alvim


Já m'eu queria leixar de cuidar
e d'andar trist'e perder o dormir,
e d'Amor, que sempre servi, servir;
de tod'esto m'eu queria leixar,
5       se me leixass'a que me faz haver
         aquestas coitas, ond'hei a morrer.
  
E leixar[-m'-ia] qual coita mi deu
Amor, que em [mui] grave dia vi,
e qual pesar sempre sofr'e sofri;
10de tod'esto me leixaria eu,
       se me leixass'a que me faz haver
       aquestas coitas, ond'hei a morrer.
  
Leixar-m'-ia de[ste] cuidado meu
e da gram coita do meu coraçom
15e de servir Amor, com gram razom;
de tod'esto me leixaria eu,
       se me leixass'a que me faz haver
       aquestas coitas, ond'hei a morrer.
  
E leixa-m'ela de mi bem fazer,
20mais nom me leix'em sas coitas viver.



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Nota geral:

O trovador bem gostaria de deixar de andar continuamente pensativo, triste e sem dormir, e de deixar de estar sob o domínio do amor, se aquela que o faz sofrer o permitisse. E assim também deixaria de sofrer. Mas, se a sua senhora deixa de lhe conceder os seus favores, não o deixa viver.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1056, V 646

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1056

Cancioneiro da Vaticana - V 646


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas