Antroponínima

Pessoas referidas em cantigas

Sancho II



Descrição

Rei de Portugal, de 1223 a 12481, ano da sua morte. Primogénito de Afonso II e Urraca de Castela, nasce no final de 1209 ou inícios do ano seguinte. Muito embora os anos iniciais do seu reinado decorram sob a égide de um efetivo avanço para sul da chamada reconquista cristã, com a conquista de diversas praças (mesmo no Algarve), o certo é que grande parte desse mesmo reinada se caracteriza por um ambiente de tensão crescente, entre as várias fações nobiliárias, mas também e sobretudo com a Igreja, que repetidamente se queixa ao Papa do clima de instabilidade e de desordem então vivido. Admoestado por diversas vezes pelo papado, D. Sancho parece ter tido cada vez maior dificuldade em controlar a situação, nomeadamente a partir dos inícios da década de '40, momento em que os conflitos se agudizam de uma forma que parece já irreversível. O próprio casamento do rei com a viúva basca D. Mecia Lopes de Haro, em 1241, muito contestado, disso é já um sintoma. A crise eclode abertamente a partir de 1245, momento em que o papado, pressionada por altos dignatários da Igreja portuguesa, decide incentivar a intervenção do irmão mais novo do rei, o princípe D. Afonso, conde de Boulogne (que se encontrava em França desde a juventude), e apoiar a sua eventual subida ao trono. Nesse mesmo ano, no final de Julho, o papa Inocêncio IV, pela bula Grandi non immerito depõe D. Sancho II, e o conde de Boulogne faz juramento em Paris, comprometendo-se a pacificar e defender o reino. Com o regresso a Lisboa de D. Afonso, inicia-se um período de guerra civil, durante o qual D. Sancho, refugiado em Coimbra, pede o auxílio de Castela, o qual se concretiza pela entrada em Portugal da hoste do infante Afonso (futuro Afonso X), que chega a derrotar as tropas do conde de Boulogne em Leiria (Janeiro de 1247). É esta, no entanto, uma vitória sem consequências, não só devido ao progressivo isolamento de D. Sancho, mas também devido ao regresso do infante Afonso a Castela, onde seu pai, Fernando III, se prepara para ataque final a Sevilha. Logo no mês seguinte, D. Sancho acompanha, pois, a hoste do infante até Toledo, cidade onde acaba por morrer, em inícios de Janeiro de 12481.


Referências

1 Fernandes, Hermenegildo (2006), D. Sancho II, Lisboa, Círculo de Leitores.

Cantigas que referem esta pessoa



Dom Estêvam diz que desamor, Airas Peres Vuitorom
   (Linha 2): há com el-rei, e sei eu ca ment'i: