Antroponínima

Pessoas referidas em cantigas

Miguel Vivas



Descrição

Clérigo, muito provavelmente oriundo de Lisboa (e não de origem aragonesa, como tradicionalmente era referido1), foi confessor da rainha D. Isabel de Aragão, tornando-de depois uma importante figura da corte de D. Afonso IV, a quem já acompanhava enquanto infante. Desempenhando o cargo de clérigo do rei já em 1325, foi primeiro vedor da Chancelaria, subindo depois ao cargo de Chanceler, posições que ocupou entre 1325 e 1338. As suas ligações muito próximas com o rei são atestadas ainda pelo facto de o monarca o ter escolhido para padrinho da sua filha, a infanta Leonor. A par disto, foi acumulando um vasto número de canonicatos em várias dioceses do reino, subindo depois ao cargo de Bispo de Viseu em 1329 ou 1330, situação que provavelmente nunca se viu confirmada pelo sumo pontífice, uma vez que Miguel Vivas surge sempre designado como eleito de Viseu. Já antes de subir a esta cátedra, tinha estado envolvido no problema de sucessão da diocese do Porto, sendo o candidato preferido por Afonso IV, mas acabando a sua candidatura por ser preterida pelo Papa em favor de D. Vasco Martins em 13272. O último ato público que dele conhecemos data de 1338, pelo que é possível que tenha falecido pouco depois.


Referências

1 Farelo, Mário (2007), "O percurso de uma família de Lisboa, os 'Nogueira'", Lisboa Medieval. Os rostos da cidade, Lisboa, Livros Horizonte, 149.

2 Sousa, Bernardo Vasconcelos e (2005), D. Afonso IV, Lisboa, Círculo de Leitores, pp. 76, 131.

Cantigas que referem esta pessoa



Bispo, senhor, eu dou a Deus bom grado, Estêvão da Guarda
   (Linha 1): Bispo, senhor, eu dou a Deus bom grado

Eu convidei um prelado a jantar, se bem me venha, João de Gaia
   (Na rubrica)

O caparom de marvi, Estêvão da Guarda
   (Na rubrica)

Os privados, que d'el-rei ham, Pedro, conde de Barcelos
   (Na rubrica)