Peire Vidal Notas biográficas:
O exibicionismo divertido e irónico de muitas composições de Peire Vidal foi levado a sério pelo anónimo autor das Razons de muitas delas, e também pelo autor da sua Vida, ambos contando a seu respeito as mais fantasiosas histórias. Mas que era natural de Toulouse e filho de um burguês (com negócio de peles) deverá ser certo. Muito provavelmente iniciou a sua atividade trovadoresca por volta de 1180, na própria cidade natal e na corte do conde Raimundo V, a quem dedica várias composições. Em 1185, por motivos que se desconhecem, as relações entre os dois deterioraram-se, e Peire teve de sair de Toulouse, passando à corte aragonesa de Afonso II, o maior inimigo de Raimundo, mas viajando ainda por outras cortes ibéricas, certamente sempre bem acolhido, como nos mostram as numerosas e saudosas referências que faz a Espanha ao longo da sua obra. Em 1187 ou 1188, depois do seu regresso de uma peregrinação ao Oriente (onde terá casado com uma grega, segundo a sua Vida), frequenta as cortes occitânicas e ainda a corte de Ricardo Coração de Leão, e pouco depois as suas relações com o conde de Toulouse recompõem-se e ele pode regressar à sua cidade natal. Falecido o conde Raimundo em 1195, Peire viaja agora para o norte de Itália, frequentando as cortes dos vários senhores, particularmente a do marquês Bonifacio de Monferrato, partindo depois para uma viagem à Hungria (talvez acompanhando a infanta Constança de Aragão, que ia casar-se com o rei Aimeric). Entre 1198 e 1204 o trovador está de novo em Castela, na corte de Afonso VIII, relacionando-se ainda com os senhores de Lara e com os senhores de Biscaia. Deverá em seguida ter regressado a Itália, pois encontramo-lo pouco depois, com senhores genoveses, na ilha de Malta, onde terá escrito a sua última composição datável, entre 1205 e 1207. Participação em versões musicaisCompositor em: Ai Deus e quen mi tolherá |