Sancho Sanches


Muit'atendi eu bem da mia senhor
e ela nunca [bem] me quis fazer;
e eu nom tenho i al senom morrer,
pois que m'ela nom val, nem seu amor;
5       mais Deus, que sabe bem que est assi,
       pois eu morrer, demande-lho por mi.
  
Servi-a sempre mui de coraçom,
enquanto pudi, segundo meu sem;
e ela nunca me quis fazer bem
10e eu nom tenho i al se morrer nom;
       mais Deus, que sabe bem que est assi,
       pois eu morrer, demande-lho por mi.
  
Servi-a sempr'e nom catei por al,
 des que a vi, e sempr'haver cuidei
15algum bem dela; mais bem vej'e sei
que morte tenh'i, pois que me nom val;
       mais Deus, que sabe bem que est assi,
       pois eu morrer, demande-lho por mi.



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Nota geral:

Uma vez que a sua senhora não se mostra disposta a favorecê-lo, servindo-a ele lealmente há muito, o trovador garante que só lhe resta morrer, mas esperando que Deus depois lhe peça contas pelo seu comportamento.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 941, V 529

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 941

Cancioneiro da Vaticana - V 529


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas