Rui Fernandes de Santiago


 Ora nom dev'eu preçar parecer,
nem palavra que eu haja, nem sem,
nem cousa que em mi seja de bem,
pois vos eu tanto nom posso dizer
5       que vos queirades, amigo, partir
       de Sevi[lha................].
  
[...]
  
Outra senhor vos convém a buscar,
 ca nunca vos jamais por meu terrei,
10pois ides, mais ca por mi, por el-rei
fazer, nem vos po[sso] tanto rogar
       que vos queirades, amigo, partir
       de Sevi[lha..............]
  
Nunca vos mais paredes ante mim,
 15se vos em algũa sazom d'alá
com meus desejos veerdes acá,
pois m'eu tanto nom poss'aficar i
       que vos queirades, amigo, partir
       de Sevi[lha..............]



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Nota geral:

A moça mostra o seu desagrado com o facto de o seu amigo não querer vir ter com ela, preferindo ficar com o rei (em Sevilha). Uma vez que a beleza e as restantes qualidades deixaram de ter qualquer valor para ele, e todas as suas súplicas nada adiantam, o melhor será ele arranjar outra senhora e nunca mais lhe aparecer à frente (quando, eventualmente, lhe vierem as saudades).
A cantiga tem sequência na cantiga seguinte (embora, tematicamente, esta pareça corresponder a um momento posterior - se bem que as dificuldades textuais que referimos na nota aos vv. 5-6 não nos permitam ter certezas).



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 931, V 519

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 931

Cancioneiro da Vaticana - V 519


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas