Gomes Garcia


Diz meu amigo que me serve bem
 e que rem nom lhe nembra senom mim,
 perol foi-s'el noutro dia daqui
 sem meu grado; mais farei-lh'eu por en,
5       por quant'andou alá sem meu prazer,
       que ande um tempo sem meu bem fazer.
  
 El tem ora que logo s'averrá
conmigo, sol que veer e me vir,
e el querrá, como me sol, servir,
10se m'eu quiser, mais farei-lh'esto já:
       por quant'andou alá sem meu prazer,
       que ande um tempo sem meu bem fazer.
  
Porque se foi, e o ante nom vi,
sem mi o dizer, a cas d'el-rei morar,
15quando veer e me quiser falar,
pois que o fez, eu lhi farei assi:
       por quant'andou alá sem meu prazer,
       que ande um tempo sem meu bem fazer.



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Nota geral:

Se o seu amigo diz que a serve e não se lembra de mais nada senão dela, o facto é que se foi embora (para a corte real, como é dito na 3ª estrofe) sem lhe dizer nada e sem se despedir. A moça decide, pois, como represálias, deixar de lhe conceder os seus favores durante um tempo.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 925, V 513

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 925

Cancioneiro da Vaticana - V 513


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas