Rui Fernandes de Santiago


 Pero mia senhor nulha rem
nom mi há de fazer senom mal,
 nem eu dela nom atend'al,
tam muito parec'ela bem
5       que o seu mui bom parecer
       mi a faz à força bem querer.
  
De punhar de lhi nunca [já]
querer algũa vez mi praz;
e de tod'esto al xi mi faz,
10pois [que] tam bom parecer há:
       que o seu mui bom parecer
       mi a faz à força bem querer.
  
De já sempr'esta dona amar
per mim nom se pode partir,
15ca Deus, que m[e] quis destroir,
tam bom parecer lhi foi dar
       que o seu mui bom parecer
       mi a faz à força bem querer;
  
E faz-mi que nom hei poder
20que lhi nom haja de querer.



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Nota geral:

O trovador confessa a sua impotência face ao poder que uma dona tem sobre si: embora nunca ela lhe dê qualquer esperança, a sua beleza faz com que ele a ame mesmo contra a sua própria vontade. Bem tenta alguma vez deixar de a amar, mas não consegue. Na verdade, foi Deus quem o quis destruir, quando a fez tão bela e o tornou incapaz de lhe resistir.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 906, V 492

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 906

Cancioneiro da Vaticana - V 492


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas