Martim Moxa


 Que grave coita que m'é [de] dizer
as graves coitas que sofr'em cantar!
Vejo mia morte, que mi há de matar,
 em vós e nom vos ous'en rem dizer.
 5Pero dizer-lo cantando e em som?
 Que me semelha cousa sem razom
d'homem, com coita de mort[e], cantar!
  
E pois mia coita per tal guisa é
que a nom posso per rem encobrir,
10em atal terra cuido eu de guarir
u bem entendam meu mal, a la fé;
e a tal gente cuid'eu de cantar
e dizer som, u com ela falar,
que bem entenda o meu mal onde é!



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Nota geral:

Se não ousar confessar os seus males à sua senhora o põe à beira da morte, confessá-los a cantar não será um contra-senso? Pode um homem à beira da morte continuar a cantar?
Mas sendo que o seu mal é tal que não o consegue já encobrir, o trovador pensa então ir morar para uma terra onde possa cantar e ser entendido, na esperança de que, ouvindo-o, alguém o transmita depois à sua senhora.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Mestria
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 898, V 483

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 898

Cancioneiro da Vaticana - V 483


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas