Reimon Gonçalves


Foste[s]-vos vós, meu amigo, daqui
noutro dia, sem vo-lo eu mandar;
e hei-vo-l'ora já de perdoar
por que veestes chorar ante mim?
5E quant'é esto, pass'agor'assi,
          mais outra vez nom engueedes en.
  
 Meu talam era de vos nom parcir
porque vos fostes sem meu grad'entom;
e ora sodes cobrad'em perdom,
10porque me veestes mercee pedir,
e nom quer'ora mais depos est'ir,
       mais outra vez nom engueedes en.
  
 Ca, se vos ora fui perdoador,
 mesura foi que mi o fezo fazer,
15ca me veestes chorando dizer:
"Por Deus, mercee, mercee, senhor";
E quant'é ora serei sofredor,
       mais outra vez nom enguenedes en.



 ----- Aumentar letra ----- Diminuir letra

Nota geral:

A moça diz ao seu amigo que, desta vez, lhe perdoa o facto de se ter ido embora sem sua licença, uma vez que, choroso, ele lhe veio pedir piedade. Mas espera que não repita nem se acostume.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 847, V 433
(C 847)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 847

Cancioneiro da Vaticana - V 433


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas