Pedro Anes Solaz


Jurava-m'hoje o meu amigo,
por tal, madre, que lhi perdoasse,
que nunca jamais se mi assanhasse;
mais preit'é já que nom porrá migo,
 5       vedes porquê: ca já s'el perjurou
       per muitas vezes que m'esto jurou.
  
El me cuidava tal preit'a trager:
per sas juras que lho foss'eu parcir;
e, pois que vi que m'havi'a mentir,
 10nom lho parci nem lho quis sol caber,
       vedes porquê: ca já s'el perjurou
       per muitas vezes que m'esto jurou.
  
E mais de cem vezes lhi perdoei
per sas juras e achei-m'end'eu mal;
 15e por aquesto já lhi rem nom val
de me jurar, pois que me lh'assanhei,
       vedes porquê: ca já s'el perjurou
       per muitas vezes que m'esto jurou.



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Nota geral:

A moça diz à mãe que o seu amigo, querendo que ela lhe perdoasse, lhe jurou naquele dia que nunca mais se iria zangar com ela. Mas ela garante à mãe que nunca mais lhe dará ouvidos, pois são juras repetidas e nunca cumpridas. Depois de o ter perdoado vezes sem fim, e de ter sofrido as consequências das suas mentiras, agora é ela quem se zanga: e desta vez, não o irá perdoar.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 830, V 416

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 830

Cancioneiro da Vaticana - V 416


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas