Pedro Anes Solaz


Vou-m'eu, fremosa, pera 'l-rei:
por vós, u for, penad'irei
       d'amor, d'amor, d'amor, d'amor,
       por vós, senhor, d'amor, [d'amor].
  
5Vou-m'eu a la corte morar:
por vós, u for, hei a penar
       d'amor, d'amor, d'amor, d'amor;
       por vós, senhor, d'amor, [d'amor].
  
E se vos nom vir, que farei?
10Cuidand'em vós, morrer-vos-ei
       d'amor, d'amor, d'amor, d'amor;
       por vós, senhor, d'amor, [d'amor].



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Nota geral:

O trovador diz à sua senhora que vai partir para a corte real, ferido de amor para sempre. E por certo, sem a ver, morrerá.
Sendo esta uma cantiga de amor, como se compreende perfeitamente no vocativo "senhor" presente no segundo verso do refrão, note-se que o verso de abertura não deixa de provocar alguma estranheza inicial no leitor, pelas semelhanças manifestas com o registo das cantigas de amigo (uma vez que a sequência "eu, formosa", ou mesmo apenas "formosa", são fórmulas usadas por várias vozes femininas para se referirem a si próprias em cantigas deste género). É possível que esta ambiguidade fosse propositada, mas não poderemos ter a certeza.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras alternadas
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 284

Cancioneiro da Ajuda - A 284


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Cancioneiro medieval 

Versão de Tomás Borba

Vou-me eu fermosa      versão audio disponível

Versões de X. Paz Antón, Uxía