Vasco Peres Pardal


 Coitada sejo no meu coraçom
por[que] meu amigo diz ca se quer
ir daqui; e, se [o] ora fezer,
pesar-mi-á muito, se Deus mi perdom,
5       porque sei bem que as gentes dirám
       que, se morrer, por mi morre de pram.
  
E que me nom pesass'a mi por al,
pesar-m'-ia muito por ũa rem:
porque mi diz ca mi quer mui gram bem;
10mais vedes ora de que m'é gram mal:
       porque sei bem que as gentes dirám
       que, se morrer, por mi morre de pram.
  
Ca pola gram coita que sofr[ere]i
  nom dou eu rem, ca, se coita sofrer
15des que s'el for, nom poderei viver;
mais temo já qual pesar haverei,
       porque sei bem que as gentes dirám
       que, se morrer, por mi morre de pram.



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Nota geral:

Porque o seu amigo diz que se quer ir embora, a moça sente-se infeliz, se ele efetivamente se for - não só porque ficará desgostosa, mas sobretudo porque toda a gente irá dizer que, se ele morrer, será por sua causa. Assim, se com o seu próprio desgosto não se importa muito, até porque está certa de que morrerá, já com o que as pessoas dirão da eventual morte do seu amigo se preocupa.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

B 821, V 406

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 821

Cancioneiro da Vaticana - V 406


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas