Fernão Froiaz


Porque se foi daqui meu amigo
sem meu mandado e nom mi o fez saber,
quand'el veer por falar comigo,
assanhar-m'-ei e farei-lh'entender
5       que outra vez nom se vaia daqui
       per nulha rem sem mandado de mi.
  
Quand'el veer e me sanhuda vir,
sei que será mui coitado por en
e jurar-mi-á e querrá-me mentir,
10e eu log'i falar-lh'-ei em desdém;
       que outra vez nom se vaia daqui
       per nulha rem sem mandado de mi.
  
[E] já meu amigo nunca salrá
de meu mandado nem de meu poder,
15e, se se el for, ante me jurará
quant'eu quiser e tod'a meu prazer
que outra vez nom se vaia daqui
       per nulha rem sem mandado de mi.



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Nota geral:

Uma vez que o seu amigo se foi embora sem lhe pedir licença e sem a avisar, a moça projeta mostar-se zangada da próxima vez que ele vier, de modo a fazer-lhe entender que nunca mais deverá agir dessa maneira. E promete manter-se firme perante as suas inevitáveis juras e desculpas, acolhendo-o com desdém. E assim terá a certeza que ele não irá repetir a brincadeira e que jurará tudo o que ela lhe mandar.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 807, V 391

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 807

Cancioneiro da Vaticana - V 391


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas