João Lopes de Ulhoa


ora dizer que vem
meu amigo, de que eu hei
mui gram queixum'e haverei,
se m'el mentir, por ũa rem:
5       como pod'aquesto fazer:
       poder sem mi tanto morar
       u mi nom podesse falar?
  
Nom cuidei que tam gram sazom
 el podesse per rem guarir
10sem mi, e, pois que o eu vir,
se mi nom disser log'entom
       como pod'aquesto fazer:
       poder sem mi tanto morar
       u mi nom podesse falar.
  
15Perder-m'-á, se o nom souber
- que terra foi a que achou
u el sem mi tanto morou -
se mi verdade nom disser
       como pod'aquesto fazer:
20       poder sem mi tanto morar
       u mi nom podesse falar?



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Nota geral:

Tendo ouvido dizer que o seu amigo está prestes a chegar, a donzela tem uma pergunta a fazer-lhe: como pôde ele morar tanto tempo num lugar onde não podia falar com ela? E que lugar terá sido esse? Se ele não lhe responder logo ou se lhe mentir, estará tudo acabado entre eles.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 695, V 296
(C 695)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 695

Cancioneiro da Vaticana - V 296


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas