João Nunes Camanês


Vistes, filha, noutro dia
 u vos dix'eu que gram prazer
eu havia d'irdes veer
voss'amigo que morria?
5Nom vo-lo dix'eu por seu bem,
mais porque mi dissera quem
o viu que já nom guarria.
  
Por al vos nom mandaria
vee-lo, mais dizer,
10a quen'o viu assi jazer,
que tam coitado jazia
que já nom guarira per rem;
mandei-vo-lo veer por en,
por mal que vos del seria.
  
15E porque nom poderia
falar-vos, nem vos conhocer,
nem de vós gasalhad'haver,
pero vos gram bem queria,
mandei-vo-lo veer entom
 20por aquesto, que por al nom,
filha, par Santa Maria.



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Nota geral:

Na sequência da cantiga anterior, a mãe justifica-se: se quis que a sua filha fosse ver o seu amigo, não foi para a satisfazer mas apenas porque lhe tinham dito que ele estava à beira da morte, uma morte que, a acontecer, lhe seria prejudicial.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Mestria
Cobras uníssonas (rima c em III singular)
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Fontes manuscritas

B 652, V 253

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 652

Cancioneiro da Vaticana - V 253


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas