Vasco Praga de Sandim


Sabedes quant'há, 'migo, que m'eu vosco veer
nom pud', atant'a hoje, que nunca vi prazer;
       e, amigo, grad'hoj'a Deus
       que vos veem os olhos meus.
  
5Houv'eu por vós tal coita eno meu coraçom
que nunca vos cuidara veer nulha sazom;
       e, amigo, grad'hoj'a Deus
       que vos veem os olhos meus.
  
E rog'eu, meu amigo, aquel Deus que me fez,
10que nunca eu já viva sem vós tan[t]'outra vez;
       e, amigo, grad'hoj'a Deus
       que vos veem os olhos meus.
  
E bem assi mi o quiso mia ventura guisar
 que nunca sem vós houvi sabor erg'em chorar;
15       e, amigo, grad'hoj'a Deus
       que vos veem os olhos meus.



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Nota geral:

A moça garante ao seu amigo que, desde o momento em que deixou de o poder ver até àquele dia, nunca teve qualquer prazer no mundo. E agradece a Deus poder finalmente vê-lo. Acrescentando que pensou que não o veria mais, e que passou o tempo a chorar, pede-lhe ainda que nunca mais passa tanto tempo longe dela



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 633, V 235
(C 633)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 633

Cancioneiro da Vaticana - V 235


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas