Estêvão da Guarda


Por partir pesar que [eu] sempre vi
a mia senhor haver do mui gram bem
que lh'eu quero, desejava por en
mia mort', amigos; mais, pois entendi
5       que lhe prazia de me mal fazer,
       log'eu des i desejei a viver.
  
Veend'eu bem que do mui grand'amor
que lh'eu sempr'hou[v]i tomava pesar,
ia por end'a morte desejar;
10mais pois, amigos, eu fui sabedor
       que lhe prazia de me mal fazer,
       log'eu, des i, desejei a viver.
  
Se me Deus entom a morte nom deu,
nom ficou já por mim de lha pedir,
15cuidand'a ela tal pesar partir;
mais pois, amigos, bem [certo] fui eu
       que lhe prazia de me mal fazer,
       log'eu, des i, desejei a viver.
  
Nom por mia prol, mais pera nom perder
20ela per mim rem do que lh'é prazer.



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Nota geral:

Dirigindo-se aos seus amigos, o trovador confessa que o desamor da sua senhora lhe fazia desejar a morte. Mas, como vê que ela tem prazer em fazê-lo sofrer, passou a desejar viver. Na finda, acrescenta que não o faz a pensar em si, mas para lhe dar prazer em tudo o que puder.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 620, V 221

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 620

Cancioneiro da Vaticana - V 221


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas