Pedro, conde de Barcelos


Nom me poss'eu de morte defender,
pois vejo d'Amor que me quer matar
por ũa dona; mais, pois m'eu guardar
nom posso já de por dona morrer,
 5       catarei já das donas a melhor
       por que, pois mi há de matar, mat'Amor.
  
E pois Amor em tal guisa me tem
em seu poder que defensa nom hei
de parar morte; e pois eu certo sei
10que por dona a morrer me convém,
       catarei já das donas a melhor
       por que, pois mi há de matar, mat'Amor.
  
E bem vej'eu, per qual poder em mi
Amor tomou, que nom hei defensom
15d'escusar mort'; e pois eu tal razom
hei por dona de prender mort'assi,
       catarei já das donas a melhor
       por que, pois mi há de matar, mat'Amor.



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Nota geral:

Uma vez que o trovador não se pode defender da morte que o Amor lhe quer dar e que terá por causa uma dona, escolherá então a melhor de todas para ser o veículo dessa morte.
Esta é a última cantiga de amor do conde D. Pedro presente nos Cancioneiros. Como as três composições anteriores parecem nitidamente estar em sequência, é plausível que D. Pedro encerre o ciclo com uma nota otimista (um novo amor pela melhor da donas).



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 610bis, V 213

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 610bis

Cancioneiro da Vaticana - V 213


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas