D. Dinis


Nom sei hoj', amigo, quem padecesse
 coita qual padesco que nom morresse,
senom eu coitada, que nom nacesse,
       porque vos nom vejo com'eu queria;
5e quisesse Deus que m'escaecesse
       vós que vi, amig[o], em grave dia.
  
Nom sei, amigo, molher que passasse
coita qual eu passo que já durasse,
que nom morress[e] ou desasperasse,
10       porque vos nom vejo com'eu queria;
e quisesse Deus que me nom nembrasse
       vós que vi, amig[o], em grave dia.
  
Nom sei, amigo, quem o mal sentisse
 que eu senço, que o sol encobrisse,
15senom eu coitada, que Deus maldisse,
       porque vos nom vejo com'eu queria;
e quisesse Deus que nunca eu visse
       vós que vi, amig[o], em grave dia.



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Nota geral:

Num registo emotivo e magoado, a donzela confessa ao seu amigo a profunda dor que sente, porque não o vê como quereria, e amaldiçoa o dia em que o conheceu.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

B 604, V 207

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 604

Cancioneiro da Vaticana - V 207


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Ah quisesse Deus      versão audio disponível

Versão de Fontes Rocha, Amália Rodrigues