D. Dinis


Meu amigo, nom poss'eu guarecer
sem vós nem vós sem mi; e que será
 de vós? Mais Deus, que end'o poder há,
Lhi rog'eu que El queira escolher
5       por vós, amigo, e des i por mi,
       que nom moirades vós nem eu assi
  
 como morremos, ca nom há mester
de tal vida havermos de passar,
ca mais nos valria de nos matar;
10mais Deus escolha, se a El prouguer,
       por vós, amigo, e des i por mi
       que nom moirades vós nem eu assi
  
como morremos, ca ena maior
coita do mundo, nen'a mais mortal,
15vivemos, amigo, e no maior mal;
mais Deus escolha, come bom senhor,
       por vós, amigo, e des i por mi
       que nom moirades vós nem eu assi
  
como morremos, ca, per bõa fé,
20mui gram temp'há que este mal passou
per nós, e passa, e muito durou;
mais Deus escolha, come quem Ele é,
       por vós, amigo, e des i por mi
       que nom moirades vós nem eu assi
  
25como morremos, e Deus ponha i
conselh', amigo, a vós e a mim.



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Nota geral:

Por uma vez, o sofrimento da donzela e do seu amigo é comum a ambos: nenhum dos dois pode passar sem o outro. E assim, ela espera que Deus se decida a ajudá-los.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
Ateúda atá finda
Finda
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 581, V 184

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 581

Cancioneiro da Vaticana - V 184


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas