D. Dinis


 Com'ousará parecer ante mi
o meu amig', ai amiga, por Deus,
e com'ousará catar estes meus
olhos, se o Deus trouxer per aqui,
5       pois tam muit'há que nom vẽo veer-
       -mi e meus olhos e meu parecer?
  
Amiga, ou como s'atreverá
de m'ousar sol dos seus olhos catar,
se os meus olhos vir um pouc'alçar,
10ou no coraçom como o porrá?
       Pois tam muit'há que nom vẽo veer-
       -mi e meus olhos e meu parecer.
  
 Ca sei que nom terrá el por razom,
como quer que m'haja mui grand'amor,
15de m'ousar veer, nem chamar senhor,
nem sol non'o porrá no coraçom;
       pois tam muit'há que nom vẽo veer-
       -mi e meus olhos e meu parecer.



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Nota geral:

Uma vez que o seu amigo há muito não a vem ver, a donzela garante a uma amiga que ele não ousará olhá-la nos olhos da próxima vez que vier. Não terá coragem nem moral para isso, nem se atreverá.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amigo
Refrão
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

B 571, V 175

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 571

Cancioneiro da Vaticana - V 175


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas