Nota geral: Esta cantiga não vem, infelizmente, acompanhada de nenhuma rubrica explicativa que nos permita situá-la melhor. De qualquer forma, quem aqui fala envia claramente um recado crítico ao rei (não sabemos qual), por este o obrigar a afastar-se da amiga. Não é impossível que a composição seja um maldizer posto na boca de um outro, neste caso, um cavaleiro que teria uma relação com uma soldadeira (existem, de facto, uma ou várias soldadeiras chamadas Marinha no cancioneiro satírico), e que Fernão Pais de Tamalhancos satirizaria deste modo. Mas a leitura autobiográfica também é possível. Note-se, de qualquer forma, o ligeiro equívoco com o termo marinha, que também pode ser entendido no seu sentido comum (marina, porto de pesca). Acrescente-se que, musicalmente, a cantiga parece seguir a melodia de uma tenção entre Peire Guillem de Luserna e Sordelo, como pode ver aqui: Cantigas de Seguir. Modelos occitânicos e franceses.
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