Estêvão Faião


Senhor fremosa, des que vos amei,
sab'ora Deus que sempre vos servi,
quant'eu mais pud'; e servi-vos assi,
per bõa fé, polo que vos direi:
5       se poderia de vós haver bem,
        em que fezess'eu i pesar a quem
  
vós sabedes, no vosso coraçom,
que vos fez el muitas vezes pesar.
E am'eu vós, quanto vos posso amar,
10e sérv[i]o-vos por aquesta razom:
       se poderia de vós haver bem,
       em que fezess'eu i pesar a quem
  
vós sabedes; que bem vos estará
de vos servir quem vos [tal] mereceu,
15e a mim bem porque ando sandeu
por vós, senhor; e dized'ora já,
       se poderia de vós haver bem,
       em que fezess'eu i pesar a [alguém].



 ----- Aumentar letra ----- Diminuir letra

Nota geral:

Dirigindo-se à sua senhora, o trovador confessa que a serve porque a ama, mas também para obter um favor que decerto desagradará a um terceiro, que ambos conhecem, e que muitas vezes a fez sofrer. Parece verosímil supor que este terceiro será o marido da dama.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 429, V 41

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 429

Cancioneiro da Vaticana - V 41


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas