Rui Pais de Ribela


A mia senhor, que mui de coraçom
eu amei sempre des quando a vi,
 pero me vem por ela mal des i,
é tam bõa, que Deus nom mi perdom,
5       se eu querria no mundo viver
       por lhe nom querer bem nen'a veer.
  
Pero dela nom atendo outro bem,
 ergo vee-la mentr'eu vivo for;
mais porque amo tam boa senhor,
10Deus nom mi a mostre, que a 'm poder tem,
       se eu querria no mundo viver
       por lhe nom querer bem nem a veer.
  
Porque desejo de vee'los seus
 olhos tam muito que nom guarrei já;
15e porque antre quantas no mund'há
val tam muito, que nom me valha Deus,
       se eu querria no mundo viver
       por lhe nom querer bem nem a veer.



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Nota geral:

A sua senhora, que ama sem esperança desde que a conheceu, é tão boa que o trovador garante que não quereria viver neste mundo sem a amar e sem a ver.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 195, B 346

Cancioneiro da Ajuda - A 195

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 346


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas