Rui Pais de Ribela


De mia senhor entend'eu ũa rem:
ca me quer mal, assi Deus mi perdom!;
mais, pero sei eno meu coraçom
ca mi o nom quer, por que lhe quero bem?
5       Ca me nom quis nunca, nem quer creer,
       per nulha rem, que lhe sei bem querer.
  
Mais quer-me mal polo que vos direi:
porque me diz que lhe faço pesar
de a veer - nunca, nem lhe falar;
10ca me o nom quer por al, eu ben'o sei:
       ca me nom quis nunca, nem quer creer,
       per nulha rem, que lhi sei bem querer.
  
 E des quand'ela fosse sabedor
do mui gram bem que lh'eu quis, poila vi,
 15pero me mal ar quisesse, des i
terria-m'eu que estava melhor:
       ca me nom quis nunca, nem quer creer,
       per nulha rem, que lhi sei bem querer.



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Nota geral:

O trovador não compreende por que razão quer bem à sua senhora, que lhe quer mal e não acredita sequer no seu amor, dizendo-lhe que tal a incomoda. Mas bastaria ela acreditar nele e não lhe pediria mais nada.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 188, B 339

Cancioneiro da Ajuda - A 188

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 339


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas