João Soares Coelho


Meus amigos, quero-vos eu mostrar
com'eu querria bem da mia senhor,
e nom mi valha ela, nem Amor,
nem Deus, se vos verdade nom jurar:
5       bem querria que me fezesse bem,
       pero nom bem u perdess'ela rem!
  
E mais vos direi: o que pod'e val
me nom valha, se querria viver
eno mundo, nem nẽum bem haver
10dela, nem d'outrem, se fosse seu mal:
       bem querria que me fezesse bem,
       pero nom bem u perdess'ela rem!
  
  Ca a mi semelha cousa sem razom:
pois algum home mais ama molher
 15ca si nem al, seu bem por seu mal quer?
E por aquest'é 'ssi meu coraçom:
       bem querria que me fezesse bem,
       pero nom bem u perdess'ela rem!



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Nota geral:

Dirigindo-se aos seus amigos, e jurando por várias entidades, o trovador garante que, desejando os favores da sua senhora, jamais quereria que ela lhe fizesse um bem que fosse o mal dela. Como acrescenta na 3ª estrofe, não é lógico nem razoável que, quando um homem ama uma mulher, queira o bem para si e o mal para ela.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 177, B 328

Cancioneiro da Ajuda - A 177

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 328


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas