João Soares Coelho


Senhor, o gram mal e o gram pesar
e a gram coita e o grand'afã
       - pois que vos vós nom doedes de mi -
que por vós sofro, morte m'é, de pram,
5e morte m'é de m'end'assi queixar:
       tam grave dia, senhor, que vos vi!
  
Pois estas coitas eu hei a sofrer
que vos já dixe, mais ca morte m'é,
       - pois que vos vós nom doedes de mi -
10E morte m'é, senhor, per bõa fé,
de que vos ar hei aquest'a dizer:
       tam grave dia, senhor, que vos vi!
  
Porque vejo que cedo morrerei
daquestas coitas que vos dixi já
15       - pois que vos vós nom doestes de mi -
vedes, senhor, mui grave me será
de o dizer, pero a dizê'-l'-ei:
       tam grave dia, senhor, que vos vi!



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Nota geral:

Pois a sua senhora não se compadece do seu sofrimento, o trovador tem de dizer-lhe algo que não gostaria de dizer: em triste dia a conheceu.
Se o tema da composição é grave, o seu ritmo é bastante vivo, para isso contribuindo o bem conseguido refrão intercalar.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Amor
Refrão
Cobras singulares
(Saber mais)


Fontes manuscritas

A 173, B 324

Cancioneiro da Ajuda - A 173

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 324


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas