Anónimo - cantigas espúrias


Ũa donzela sei eu
que emprestou a 'lguém do seu.
  
Uma festa se fazia
em que ela foi prese[n]te;
5e des que se foi a gente
e lume nom i ardia,
ũa tal rezom dezia
a um negr'amigo seu:
"Beija-m'i, beijar-t'ei eu".



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Nota geral:

Última de um conjunto de três composições tardias inseridas num espaço em branco entre o final das cantigas de amor de Rui Martins do Casal e as cantigas de amigo de Juião Bolseiro. Colocci, provavelmente dando-se conta do seu caráter espúrio, não as numerou. É muito possível que fossem todas três de um mesmo autor, mas não podemos ter a certeza. Já quanto a esta e à composição anterior a sua autoria comum é quase certa, uma vez que, entre as duas, aparece a indicação Outra, indicação muito frequente nos cancioneiros quinhentistas para indicar exactamente que se segue outra composição do mesmo autor.
No que toca a esta composição em particular, e para além da sua forma de vilancete, comum à poesia quatrocentista e quinhentista, ela é, sem dúvida, a mais jocosa das três, seguindo claramente a tradição do escárnio e maldizer galego-português.



Nota geral


Descrição

Espúria
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Fontes manuscritas

B 1164c, V 770

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1164c

Cancioneiro da Vaticana - V 770


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas