Pero Viviães ou Afonso Anes do Cotom


[...]
  
E pero Deus há gram poder,
non'o pode tant'ajudar,
que o peior possa tornar;
5pero bem sei que há poder
 de dar grand'alg'a Dom Foam,
mais del seer peior, de pram,
do que é já, nom há en poder.
  
Pero lhi queira fazer Deus
10dez tanto bem do que lhi fez,
já nunca pode peior prez
 haver per rem. Por en, por Deus,
como será peior que é
quem peior é, per bõa fé,
15de quantos fez nem fará Deus?



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Nota geral:

Esta cantiga, a que faltam as primeiras estrofes, dirigindo-se, como se percebe, contra um D. Fulano não identificado, é mais um dos jogos teológicos que os trovadores apreciavam e de que há outros exemplos nos Cancioneiros: aqui, o infinito poder de Deus não é capaz de tornar esse D. Fulano pior do que ele já é.
Note-se que a cantiga tem uma estrutura requintada, com dobre nos 1º, 4º e 7º versos de cada estrofe.



Nota geral


Descrição

Escárnio e Maldizer
Mestria
Cobras singulares
Dobre: (vv. 1, 4 e 7 de cada estrofe)
poder (I), Deus (II)
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1616bis, V 1149bis

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1616bis

Cancioneiro da Vaticana - V 1149bis


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas