Gil Peres Conde


Um porteir'há em cas d'el-rei
que me conhoc'e, onde quer
que me veja, logo me fer
ou me diz: - Nom vos colherei;
5sempre por vós esto farei,
cada que m'houverdes mester.
  
Diz-m'el, porque xi mi quer bem:
- Queredes com el-rei falar?
E nom vos leixarei entrar,
10como quer que m'avenha en;
 se vos pormeter algũa rem,
nom vo-lo farei recadar.
  
Des que s'a guerra começou,
porque servistes a 'l-rei i,
15nom vos terram a porta assi
com'ao que ora chegou:
- Pero mi o el-rei nom mandou,
nom entraredes já hoj'i.



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Nota geral:

Cantiga dirigida contra o porteiro do rei, cuja prepotência chegava, por vezes, às raias da violência física. Em pano de fundo, a alusão parece ser também a um rei incapaz de controlar os seus funcionários e de se fazer obedecer (Afonso X? Sancho IV?). Note-se, de qualquer forma, que o cargo de porteiro real não era, na época, um cargo subalterno, sendo antes, em geral, desempenhado por nobres.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Mestria
Cobras singulares
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Fontes manuscritas

B 1521

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1521


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas