Gil Peres Conde


Jograr, três cousas havedes mester
 pera cantar, de que se paguem en:
é doair'e voz e aprenderdes bem
– que de voss'o nom podedes haver
5nem emprestado, nem end'o poder
nom há de dar-vo-l'home nem molher.
  
Se[m] ũa destas nunca bom segrel
 vimos em Espanha, nem d'alhur nom vem,
e sem outra, que a todos convém:
10ser [de bom] sem; pois vós, jograr, trager
nom vos vej'est', e comprar nem vender
nõn'o pod'home, pero xe quiser,
  
buscade per u, com'ou onde quer
hajades est'; e, jograr, se vos tem
15prol de trobar, terria-vos por sem
furtarde-l'a quen'o sabe fazer;
desto podedes ganhar ou perder,
tanto que x'home a verdade souber.



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Nota geral:

Conselhos a um jogral sobre os requisitos para o ofício: ter boa apresentação, boa voz, capacidade de aprender e bom senso - tudo o que alegadamente lhe faltava e que o dinheiro não pode comprar. Quanto às suas veleidades em ser trovador, a única solução seria roubar as trovas a alguém, afrontando o risco de ser descoberto. A cantiga, que faz parte do numeroso grupo de zombarias que os trovadores endereçam aos jograis, acaba por ser um curioso documento sobre a arte jogralesca.



Nota geral


Descrição

Cantiga de Escárnio e maldizer
Mestria
Cobras uníssonas
(Saber mais)


Fontes manuscritas

B 1515
(C 1515)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 1515


Versões musicais

Originais

Desconhecidas

Contrafactum

Desconhecidas

Composição/Recriação moderna

Desconhecidas