| | | Airas Peres Vuitorom |
|  | | | Dom Martim Galo est acostumado |  | | | de lhi darem algo todos de grado; | | | | e dizem que é bem empregado, |  | | | sol que podessem acalantá-lo. | | 5 | | Bem mereç'algo Dom Martim Galo | | | | quando quiser cantar, por leixá-lo... | |  | | | Bem entend'ele com'agravece |  | | | e, por dar-lh'algo, non'o gradece, |  | | | ca el[e] tem que mailo merece | | 10 | | ca o mereç'a senhor vassalo. | | | | Bem mereç'algo Dom Martim Galo | | | | quando quiser cantar, por leixá-lo... |
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| Nota geral: Sátira dirigida ao jogral Martim Galo, que se centra no habitual tema dos pagamentos. Aqui Vuitorom, com uma bem achada ironia, concorda que ele deve, de facto, ser bem pago, mas para deixar de cantar. De qualquer forma, se este Martim Galo é o Martim Martins Galo que referimos em nota, é possível que a sátira comporte uma dimensão política, aludindo a acontecimentos ocorridos aquando do (falhado) cerco de Elvas (1229), altura em que alguns cavaleiros e peões de Coimbra, entre os quais o pai de Martim, se recusaram a acompanhar a hoste real, pagando por isso mesmo a respetiva multa. A segunda estrofe da cantiga poderá ganhar um novo sentido a esta luz.
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Nota geral
Descrição
Cantiga de Escárnio e maldizer Refrão Cobras singulares (Saber mais)
Fontes manuscritas
B 1483, V 1094 
Versões musicais
Originais
Desconhecidas
Contrafactum
Desconhecidas
Composição/Recriação moderna
Desconhecidas
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